quinta-feira, 25 de abril de 2019

Quase Tudo

Título do Livro: Quase Tudo
Autor: Danuza Leão
Data da Leitura: Janeiro/2006
Resenha:
Desde a infância no Espírito Santo, passando pela intimidade com o poder no tempo em que seu marido Samuel Wainer era das pessoas mais chegadas a Getúlio Vargas, no começo dos anos 50, até os dias de hoje. Danuza conta tudo, ou m
elhor, "Quase tudo", que é o título do livro, com abertura e franqueza. Isto é, com alguma abertura e franqueza. Ela dá a entender namoros, mas conta pouco sobre eles. Fala com bastante carinho dos três ex-maridos, com quase queixa nenhuma deles, o que surpreende dado que foram três pessoas de personalidade forte.
O segundo marido foi Antonio Maria, grande cronista da época. O terceiro foi Renato Machado, jornalista hoje em dia na TV Globo. Danuza não fez a típica "carreira de mulher bonita". Foi manequim transitoriamente, não era sua meta fazer carreira nessa profissão. Não buscou sucesso no "society", não quis ser atriz. Foi deixando a vida correr, aproveitando as oportunidades à medida que elas surgiam.
Ela conta a morte do filho Samuel Filho, "Samuca", jornalista que perdeu a vida num acidente de carro viajando para Macaé para cobrir para a TV Globo um acidente de avião. A narração da dor que, mesmo passados 21 anos nunca foi embora, transforma este no grande momento do livro.
Num momento mais leve ela descreve com muito humor os três tipos de esquerda que existiam no Rio durante o governo militar: "... a festiva, que era muito alienada; a heavy metal, perto da qual não se podia fumar cigarro americano nem tomar uísque escocês, nem dar esmola aos pobres, para não "atrasar o processo", e a que eu frequentava, que fazia tudo para levar à loucura os militares, debochava, gargalhava, se divertia."
Ao terminar a leitura fica uma certa frustração com o que ela deixou de contar. Por exemplo, a briga com Ricardo Amaral, que era seu patrão no Hippopotamus, quando ela saiu. Na época foi fato sabido por muita gente e é uma pena que Danuza tenha optado por omitir essa e talvez outras brigas.
Mas é um ótimo livro, bem escrito, contando de um ponto-de-vista bastante original 50 anos da história do Rio e do Brasil.

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