sexta-feira, 22 de janeiro de 2021

História do Cerco de Lisboa

Título do Livro: História do Cerco de Lisboa
Autor: José Saramago
Data da Leitura: 
Resenha: São apresentadas duas histórias: uma, a da batalha dos portugueses, apoiados pelos Cruzados, contra os mouros durante o cerco de Lisboa; outra, a de Raimundo Benvindo Silva, revisor editorial, a quem compete rever um livro sobre o cerco de Lisboa.
Raimundo, de 50 anos, solteiro e tímido, vive em Lisboa e trabalha numa editora. Enquanto faz a revisão das provas de um livro sobre o cerco de Lisboa, decide alterar a realidade histórica, inserindo a palavra "não". De tal alteração resultaria que os Cruzados não teriam ajudado Afonso Henriques, a conquistar Lisboa aos mouros, no ano de 1147. Mas, passados treze dias, a fraude de Raimundo é descoberta. Devido à irregularidade cometida, Raimundo passa a contactar mais com a sua supervisora, Maria Sara, e os dois acabam por se apaixonar um pelo outro.
Para além desta paixão, Raimundo tem ainda uma outra, a de escrever.
E começa a elaborar uma narrativa sobre o cerco de Lisboa. Ela vai refletir a relação amorosa com Maria Sara. As aproximações amorosas feitas à colega correspondem às conquistas dos portugueses aos mouros, e o amor entre o soldado Mogueime e Ouroana espelha o seu, com Maria Sara.
O romance apresenta uma escrita pós-modernista, característica de Saramago, com escassez de pontuação e com intercalação do discurso dos locutores com o do narrador. A narração da tomada de Lisboa aos mouros adota características de romance histórico, visíveis principalmente nas descrições das realidades medievais, islâmicas e cristãs.

A Jangada de Pedra


Título do Livro:
 A Jangada de Pedra
Autor: José Saramago
Data da Leitura: 
Resenha: A trama começa por relatar uma série de acontecimentos insólitos, terminando com a separação da Península Ibérica do continente europeu. Gera-se um clima social agitado de confrontos entre o povo e as tropas do governo.
Durante o percurso errante da península no oceano Atlântico, surge a possibilidade dela colidir com o arquipélago dos Açores. A população, desesperada, abandona as cidades do leste português. Perante as inesperadas deslocações dos habitantes, os governos português e espanhol não conseguem responder de maneira eficaz. Posteriormente, a Península Ibérica desvia-se dos Açores, de forma inexplicável, e desloca-se para Norte, o que permite às populações deslocadas regressarem às suas casas.
Mais tarde, os cidadãos da península verificam que esta deixa de movimentar-se, passando a girar em torno de um eixo, fenómeno que durou um mês.
No fim da ação, a jangada de pedra imobiliza-se, deixando, no entanto, em aberto, a possibilidade de futuras movimentações.
As personagens que se destacam neste romance são Joana Carda, Joaquim Sassa, José Anaiço, Pedro Orce e Maria Guavaira.
Saramago exibe uma escrita particular de fortes traços modernistas, onde predominam os períodos e parágrafos longos, a escassez de pontuação, o cruzamento híbrido do discurso do narrador com o das personagens, a abundância do discurso indireto livre e o uso de expressões populares portuguesas.

Memorial do Convento


Título do Livro:
Memorial do Convento
Autor: José Saramago
Data da Leitura: 
Resenha: É um romance que mistura história e ficção, com personagens reais e inventados pelo autor.

Com uma narração ficcional e histórica, descreve o período de construção do Palácio Nacional de Mafra, também conhecido como um convento.

A construção do convento se deve a promessa de D. João V, que não conseguia ter herdeiros com D. Ana Maria Josefa. O rei  prometeu que construiria um convento se conseguisse ter herdeiros para a sucessão de seu trono absolutista.

Além disso, no aspecto da ficção, conta a história de amor entre Baltazar Sete-Sóis e Blimunda Sete-Luas, que se juntam com o Padre Bartolomeu Dias na construção da Passarola.

Levantado do Chão



Título do Livro:
Levantado do Chão
Autor: José Saramago
Data da Leitura: 
Resenha:
Este livro narra a vida de uma família de trabalhadores rurais (os Mau-Tempo) da região do Alentejo, no sul de Portugal, localidade em que se passa o romance, desde o começo do século até logo após o 25 de Abril. Fazendo uma denúncia da exploração, do desemprego e da miséria e, ao mesmo tempo, da tomada de consciência política por parte do trabalhador rural: o aprendizado da luta pelo direito ao trabalho, pelas oito horas de jornada e pela posse útil da terra. Pontuado por acontecimentos históricos de três quartos de século, este romance consegue tecer um painel da burguesia fundiária, à medida que vai compondo a 'biografia' dos Mau-Tempo, e da própria história de Portugal no século XX. Vale dizer que o título do romance se relaciona com a última página do texto, com o 'dia levantado e principal', ocorrido após um percurso de quase três quartos de século. O romance acompanha esse processo de transformação social, que se reflete na própria técnica de composição do enredo: narrador e personagens, que de início aparecem como meros repetidores passivos e submissos de discursos alheios, vão pouco a pouco assumindo a própria linguagem como discurso, como diálogo, realizando deste maneira a escrita de pessoas que aprenderam a ler em si mesmas e também nos outros, ou seja, que adquiram o direito e o status de narradores.

A bagagem do Viajante

Título do Livro: A bagagem do Viajante
Autor: José Saramago
Data da Leitura: 1996
Resenha: Uma viagem pela selva da vida contemporânea é o que José Saramago propõe ao leitor com estas crônicas, que partem dos mais variados assuntos - uma cena de rua ou uma notícia de jornal - para apresentar uma surpreendente releitura do mundo. Das mentiras da política e da publicidade à poesia dos pequenos gestos cotidianos, da vida secreta das cidades aos mistérios que se escondem na criação artística, nada escapa ao olhar arguto do escritor. Armado com o humor, a ironia e uma constante atenção às armadilhas da linguagem, Saramago revela neste livro uma outra faceta de sua expressão concentrada: eleva assim a crônica à altura dos grandes romances que o consagraram.