sexta-feira, 22 de janeiro de 2021

História do Cerco de Lisboa

Título do Livro: História do Cerco de Lisboa
Autor: José Saramago
Data da Leitura: 
Resenha: São apresentadas duas histórias: uma, a da batalha dos portugueses, apoiados pelos Cruzados, contra os mouros durante o cerco de Lisboa; outra, a de Raimundo Benvindo Silva, revisor editorial, a quem compete rever um livro sobre o cerco de Lisboa.
Raimundo, de 50 anos, solteiro e tímido, vive em Lisboa e trabalha numa editora. Enquanto faz a revisão das provas de um livro sobre o cerco de Lisboa, decide alterar a realidade histórica, inserindo a palavra "não". De tal alteração resultaria que os Cruzados não teriam ajudado Afonso Henriques, a conquistar Lisboa aos mouros, no ano de 1147. Mas, passados treze dias, a fraude de Raimundo é descoberta. Devido à irregularidade cometida, Raimundo passa a contactar mais com a sua supervisora, Maria Sara, e os dois acabam por se apaixonar um pelo outro.
Para além desta paixão, Raimundo tem ainda uma outra, a de escrever.
E começa a elaborar uma narrativa sobre o cerco de Lisboa. Ela vai refletir a relação amorosa com Maria Sara. As aproximações amorosas feitas à colega correspondem às conquistas dos portugueses aos mouros, e o amor entre o soldado Mogueime e Ouroana espelha o seu, com Maria Sara.
O romance apresenta uma escrita pós-modernista, característica de Saramago, com escassez de pontuação e com intercalação do discurso dos locutores com o do narrador. A narração da tomada de Lisboa aos mouros adota características de romance histórico, visíveis principalmente nas descrições das realidades medievais, islâmicas e cristãs.

A Jangada de Pedra


Título do Livro:
 A Jangada de Pedra
Autor: José Saramago
Data da Leitura: 
Resenha: A trama começa por relatar uma série de acontecimentos insólitos, terminando com a separação da Península Ibérica do continente europeu. Gera-se um clima social agitado de confrontos entre o povo e as tropas do governo.
Durante o percurso errante da península no oceano Atlântico, surge a possibilidade dela colidir com o arquipélago dos Açores. A população, desesperada, abandona as cidades do leste português. Perante as inesperadas deslocações dos habitantes, os governos português e espanhol não conseguem responder de maneira eficaz. Posteriormente, a Península Ibérica desvia-se dos Açores, de forma inexplicável, e desloca-se para Norte, o que permite às populações deslocadas regressarem às suas casas.
Mais tarde, os cidadãos da península verificam que esta deixa de movimentar-se, passando a girar em torno de um eixo, fenómeno que durou um mês.
No fim da ação, a jangada de pedra imobiliza-se, deixando, no entanto, em aberto, a possibilidade de futuras movimentações.
As personagens que se destacam neste romance são Joana Carda, Joaquim Sassa, José Anaiço, Pedro Orce e Maria Guavaira.
Saramago exibe uma escrita particular de fortes traços modernistas, onde predominam os períodos e parágrafos longos, a escassez de pontuação, o cruzamento híbrido do discurso do narrador com o das personagens, a abundância do discurso indireto livre e o uso de expressões populares portuguesas.

Memorial do Convento


Título do Livro:
Memorial do Convento
Autor: José Saramago
Data da Leitura: 
Resenha: É um romance que mistura história e ficção, com personagens reais e inventados pelo autor.

Com uma narração ficcional e histórica, descreve o período de construção do Palácio Nacional de Mafra, também conhecido como um convento.

A construção do convento se deve a promessa de D. João V, que não conseguia ter herdeiros com D. Ana Maria Josefa. O rei  prometeu que construiria um convento se conseguisse ter herdeiros para a sucessão de seu trono absolutista.

Além disso, no aspecto da ficção, conta a história de amor entre Baltazar Sete-Sóis e Blimunda Sete-Luas, que se juntam com o Padre Bartolomeu Dias na construção da Passarola.

Levantado do Chão



Título do Livro:
Levantado do Chão
Autor: José Saramago
Data da Leitura: 
Resenha:
Este livro narra a vida de uma família de trabalhadores rurais (os Mau-Tempo) da região do Alentejo, no sul de Portugal, localidade em que se passa o romance, desde o começo do século até logo após o 25 de Abril. Fazendo uma denúncia da exploração, do desemprego e da miséria e, ao mesmo tempo, da tomada de consciência política por parte do trabalhador rural: o aprendizado da luta pelo direito ao trabalho, pelas oito horas de jornada e pela posse útil da terra. Pontuado por acontecimentos históricos de três quartos de século, este romance consegue tecer um painel da burguesia fundiária, à medida que vai compondo a 'biografia' dos Mau-Tempo, e da própria história de Portugal no século XX. Vale dizer que o título do romance se relaciona com a última página do texto, com o 'dia levantado e principal', ocorrido após um percurso de quase três quartos de século. O romance acompanha esse processo de transformação social, que se reflete na própria técnica de composição do enredo: narrador e personagens, que de início aparecem como meros repetidores passivos e submissos de discursos alheios, vão pouco a pouco assumindo a própria linguagem como discurso, como diálogo, realizando deste maneira a escrita de pessoas que aprenderam a ler em si mesmas e também nos outros, ou seja, que adquiram o direito e o status de narradores.

A bagagem do Viajante

Título do Livro: A bagagem do Viajante
Autor: José Saramago
Data da Leitura: 1996
Resenha: Uma viagem pela selva da vida contemporânea é o que José Saramago propõe ao leitor com estas crônicas, que partem dos mais variados assuntos - uma cena de rua ou uma notícia de jornal - para apresentar uma surpreendente releitura do mundo. Das mentiras da política e da publicidade à poesia dos pequenos gestos cotidianos, da vida secreta das cidades aos mistérios que se escondem na criação artística, nada escapa ao olhar arguto do escritor. Armado com o humor, a ironia e uma constante atenção às armadilhas da linguagem, Saramago revela neste livro uma outra faceta de sua expressão concentrada: eleva assim a crônica à altura dos grandes romances que o consagraram.


sexta-feira, 26 de abril de 2019

Joana D'Arc - Uma Biografia

Título do Livro: Joana D'Arc - Uma Biografia
Autor: Colette Beaune
Data da Leitura: Abril/2006
Resenha:
"Joana D' Arc" representa um enigma para os historiadores, que têm grande dificuldade para separar verdade e ficção em uma figura que conhecemos a partir de documentos que a tipificaram e não buscaram nos transmitir qualquer individualidade; neste livro, Colette Beaune nos mostra que é justamente no cruzamento entre verdade e ficção que se encontra a verdadeira Joana, pois ela mesma nunca buscou ser uma figura singular, mas antes se preocupou em calcar sua experiência em modelos de conduta, que nos parecem tipos ficcionais, mas que ganharam todo o peso de verdade em sua experiência de vida.

quinta-feira, 25 de abril de 2019

O Caçador de Pipas

Título do Livro: O Caçador de Pipas
Autor: Khaled Hosseini
Data da Leitura: Janeiro/2006
Resenha:
Este é um romance emocionante, envolvente, que nos cativa logo nas primeiras páginas. Livro de estréia de Khaled Hosseini, "O Caçador de Pipas" é uma narrativa insólita e eloqüente sobre a frágil relação entre pais e filhos, entre os seres humanos e seus deuses, entre os homens e sua pátria. Uma história de amizade e traição, que nos leva dos últimos dias da monarquia do Afeganistão às atrocidades de hoje. Amir e Hassan cresceram juntos, exatamente como seus pais. Apesar de serem de etnias, sociedades e religiões diferentes, Amir e Hassan tiveram uma infância em comum, com brincadeiras, filmes e personagens. O laço que os une é muito forte: mamaram do mesmo leite, e apenas depois de muitos anos Amir pôde sentir o poder dessa relação. Amir nunca foi o mais bravo ou nobre, ao contrário de Hassan, conhecido por sua coragem e dignidade. Hassan, que não sabia ler nem escrever, era muitas vezes o mais sábio, com uma aguda percepção dos acontecimentos e dos sentimentos das pessoas. E foi esse mesmo Hassan que decidiu que Amir seria, durante a batalha da pipa azul, uma pipa que mudaria o destino de todos. No inverno de 1975, Hassan deu a Amir a chance de ser um grande homem, de alterar sua trajetória e se livrar daquele enjôo que sempre o acompanhava, a náusea que denunciava sua covardia. Muito depois de desperdiçada a última chance, Hassan, a calça de veludo cotelê marrom e a pipa azul o fizeram voltar ao Afeganistão, não mais àquele que ele abandonara há vinte anos, mas ao Afeganistão oprimido e destruído pelo regime Talibã. Amir precisava se redimir daquele que foi o maior engano de sua vida, daquela dia em que o inverno foi mais cruel.
Este romance já vendeu mais de 2 milhões de exemplares, só nos EUA, está há um ano nas mais importantes listas de mais vendidos do mercado americano e da Europa e já é considerado o maior sucesso da literatura mundial dos últimos tempos.

Quase Tudo

Título do Livro: Quase Tudo
Autor: Danuza Leão
Data da Leitura: Janeiro/2006
Resenha:
Desde a infância no Espírito Santo, passando pela intimidade com o poder no tempo em que seu marido Samuel Wainer era das pessoas mais chegadas a Getúlio Vargas, no começo dos anos 50, até os dias de hoje. Danuza conta tudo, ou m
elhor, "Quase tudo", que é o título do livro, com abertura e franqueza. Isto é, com alguma abertura e franqueza. Ela dá a entender namoros, mas conta pouco sobre eles. Fala com bastante carinho dos três ex-maridos, com quase queixa nenhuma deles, o que surpreende dado que foram três pessoas de personalidade forte.
O segundo marido foi Antonio Maria, grande cronista da época. O terceiro foi Renato Machado, jornalista hoje em dia na TV Globo. Danuza não fez a típica "carreira de mulher bonita". Foi manequim transitoriamente, não era sua meta fazer carreira nessa profissão. Não buscou sucesso no "society", não quis ser atriz. Foi deixando a vida correr, aproveitando as oportunidades à medida que elas surgiam.
Ela conta a morte do filho Samuel Filho, "Samuca", jornalista que perdeu a vida num acidente de carro viajando para Macaé para cobrir para a TV Globo um acidente de avião. A narração da dor que, mesmo passados 21 anos nunca foi embora, transforma este no grande momento do livro.
Num momento mais leve ela descreve com muito humor os três tipos de esquerda que existiam no Rio durante o governo militar: "... a festiva, que era muito alienada; a heavy metal, perto da qual não se podia fumar cigarro americano nem tomar uísque escocês, nem dar esmola aos pobres, para não "atrasar o processo", e a que eu frequentava, que fazia tudo para levar à loucura os militares, debochava, gargalhava, se divertia."
Ao terminar a leitura fica uma certa frustração com o que ela deixou de contar. Por exemplo, a briga com Ricardo Amaral, que era seu patrão no Hippopotamus, quando ela saiu. Na época foi fato sabido por muita gente e é uma pena que Danuza tenha optado por omitir essa e talvez outras brigas.
Mas é um ótimo livro, bem escrito, contando de um ponto-de-vista bastante original 50 anos da história do Rio e do Brasil.

S. Bernardo

Título do Livro: S. Bernardo
Autor: Graciliano Ramos
Data da Leitura: Novembro/2005
Resenha:
A História de São Bernardo se passa na década de trinta. O narrador, Paulo Honório,  cinquenta anos, tenta revisitar dramas da sua vida e conflitos internos que até o momento em que o livro era escrito permaneciam inexplicáveis. Nem a fazenda São Bernardo, que Paulo Honório comprou por preço irrisório, nem a professora Madalena, a quem contratou para alfabetizar as crianças do seu empreendimento rural e com quem acaba se casando, deram-lhe o sossego que tanto buscava. Resta-lhe a escrita; talvez ela lhe devolva a paz desejada. Mas os fatos e o tempo não voltam. Há, assim, em função desse tipo de narrativa, uma constante transição entre passado e
presente já que o narrador, além de nós, leitores, é também o destinatário da história que ele tenta reeditar.

Ensaio Sobre a Cegueira

Título do Livro: Ensaio Sobre a Cegueira
Autor: José Saramago
Data da Leitura: Novembro/2005
Resenha:
O livro começa com um motorista, que subitamente fica cego enquanto está parado em um sinal vermelho. Com uma pequena diferença: ele não mergulha numa total escuridão, mas sim numa cegueira leitosa, completamente branca. A partir daí, a cegueira vai contaminando outras pessoas como que num ciclo, começando por ele e seguindo através das pessoas que mantiveram contato com ele, desde o seu médico, passando pela mulher dele, os pacientes, até que se torna uma epidemia misteriosa. Todos os cegos são confinados em locais abandonados e fechados, sob as ordens dos que ainda conservavam a sua visão. Diante desse cenário, quem enxergava tornava-se uma autoridade, estabelecendo de que forma os cegos deveriam se comportar. Apesar da "epidemia" chegar a um grau tão extenso, acabando por atingir toda a população do local, a mulher do médico é a única pessoa que ainda consegue enxergar e assim registrar todo o horror e provação que os cegos enfrentam. Observando o comportamento deles a partir e o modo como relacionam-se uns com os outros, ela chega a concluir que as pessoas tornam-se realmente quem elas são, a partir do momento em que não podem julgar a partir do que vêem.

quarta-feira, 24 de abril de 2019

Kitty aos 22: Divertimento

Título do Livro: Kitty aos 22: Divertimento
Autor: Reinaldo Santos Neves
Data da Leitura: Outubro/2005
Resenha:
Uma história contemporânea. Kitty estudante de direito, rica, pais separados. Pensa que sabe tudo sobre os homens, e acaba caindo em uma armadilha de um namorado que quer lhe estuprar. Ela para se defender acaba matando o rapaz com um chute no olho do rapaz. Acaba enfiando o salto do sapato no olho do rapaz.
Ambientada em Vitória, onde um narrador registra os acontecimentos ocorridos na última semana de férias de Kitty na fictícia Universidade Católica, na qual cursa Comunicação Social. Bem-nascida, filha de pais separados, moradora de bairro nobre, Kitty, cujo verdadeiro nome é Catarina, anda pela cidade com seu Audi vermelho que - claro - ganhou de Daddy quando passou no vestibular. Loura, de olhos azuis, Kitty chama atenção por onde passa.

A Misteriosa Chama da Rainha Loana

Título do Livro: A Misteriosa Chama da Rainha Loana
Autor: Umberto Eco
Data da Leitura: Junho/2006
Resenha:
A Misteriosa Chama... conta a história de Bodoni, um negociante de livros raros que perde a memória num acidente. O fervor referencial de Eco já começa com o nome do sujeito: Giam Battista Bodoni é homônimo de um tipógrafo do século dezoito, criador da família de tipos que leva o seu nome e que ainda hoje é usada na composição de livros.

O que dá sabor a essa situação já vista tantas vezes na literatura e no cinema é que Bodoni sofre de um tipo peculiar de amnésia, que apaga de sua lembrança todos os fatos aos quais ele era ligado emocionalmente, mas não os dados históricos ou culturais que ele acumulou em cerca de sessenta anos de vida. Está tudo lá. Como se Bodoni fosse um computador humano.

O Beijo no Asfalto

Título do Livro: O Beijo no Asfalto
Autor: Nelson Rodrigues
Data da Leitura: Abril/2005
Resenha:
Após ser atropelado, um homem antes de morrer pede aquele que o socorreu um último beijo na boca. O fato vira notícia, desencadeando uma onda de repressão social e explosão de preconceitos reprimidos. O fato é transformado em escândalo pela imprensa sensacionalista e o homem que cometeu o "crime" de beijar um agonizante passa a ser alvo de preconceito popular e também a ser investigado pela polícia, que começa a supor que o acidente tenha sido um assassinato.

Memoria de Mis Putas Tristes

Título do Livro: Memoria de Mis Putas Tristes
Autor: Gabriel Garcia Márquez
Data da Leitura: Março/2005
Resenha:
Para festejar sus noventa años, un hombre quiere pasar la noche con una joven virgen. En este nuevo acto de magia narrativa, con un fondo musical lujoso y entonado, Gabriel García Márquez logra contar esta historia sin ahorrarnos un solo hecho y sin desperdiciar una sola palabra.

O Código da Vince

Título do Livro: O Código da Vince
Autor: Dan Brown
Data da Leitura: Janeiro/2005
Resenha:
Um assassinato dentro do Museu do Louvre, em Paris, traz à tona uma sinistra conspiração para revelar um segredo que foi protegido por uma sociedade secreta desde os tempos de Jesus Cristo. A vítima é o respeitado curador do museu, Jacques Saunière, um dos líderes dessa antiga fraternidade, o Priorado de Sião, que já teve como membros Leonardo da Vinci, Victor Hugo e Isaac Newton. Momentos antes de morrer, Saunière consegue deixar uma mensagem cifrada na cena do crime que apenas sua neta, a criptógrafa francesa Sophie Neveu, e Robert Langdon, um famoso simbologista de Harvard, podem desvendar. Os dois transformam-se em suspeitos e em detetives enquanto percorrem as ruas de Paris e de Londres tentando decifrar um intricado quebra-cabeças que pode lhes revelar um segredo milenar que envolve a Igreja Católica.
Apenas alguns passos à frente das autoridades e do perigoso assassino, Sophie e Robert vão à procura de pistas ocultas nas obras de Da Vinci e se debruçam sobre alguns dos maiores mistérios da cultura ocidental - da natureza do sorriso da Mona Lisa ao significado do Santo Graal. Mesclando com perfeição os ingredientes de uma envolvente história de suspense com informações sobre obras de arte, documentos e rituais secretos, Dan Brown consagrou-se como um dos autores mais brilhantes da atualidade. "O Código Da Vinci" prende o leitor da primeira à última página.

O Homem Duplicado

Título do Livro: O Homem Duplicado
Autor: José Saramago
Data da Leitura: Dezembro/2004
Resenha:
O que você faria se descobrisse que tem u sósia, alguém que é o seu retrato fiel, o mesmo rosto, o mesmo corpo, a mesma voz? Na sua cidade moram cinco milhões de pessoas, surpreendente seria não haver duas iguais, embora, esclareça-se desde logo, esta história nada tenha a ver com experiências de clones humanos gerados no laboratório. O que fará Tertuliano Máximo Afonso, o sossegado professor de história, que numa noite tumultuada, se vê reproduzido como em um espelho, no ator secundário de um filme?

O Cantor de Tango

Título do Livro: O Cantor de Tango
Autor: Tomás Eloy Martinez
Data da Leitura: Novembro/2004
Resenha:
Bruno Cadogan pesquisador norte-americano desembarca em Buenos Aires à procura de Julio Martel, um misterioso cantor de tango que nunca gravou um disco, mas que, segundo testemunhos, opera o milagre de devolver ao gênero seu espírito primordial. O acadêmico estrangeiro pensa que, escutando essa voz, poderá entender melhor certos escritos em que, já nos anos 30, Borges lamenta a degradação da música portenha. Mas Cadogan logo se dá conta de que ouvir Martel não será nada fácil, pois há algum tempo o cantor só de apresenta em recitais-surpresa, sempre em locais insólitos, como passagens subterrâneas, prédios desertos, estações de trens, hotéis de alta-rotatividade. Qual seria a lógica que rege a escolha desses palcos urbanos? Movido por essa pergunta, tentando encontrar a chave e prever onde será a próxima apresentação de Martel, Cadogan transforma sua pesquisa numa investigação detetivesca.

A Tapas e Pontapés

Título do Livro: A Tapas e Pontapés
Autor: Diogo Mainardi
Data da Leitura: Novembro/2004
Resenha:
Neste livro estão reunidas algumas das melhores crônicas do polêmico jornalista Diogo Mainardi para sua coluna semanal na revista Veja, retrabalhadas para a publicação deste livro. Do governo Lula às favelas cariocas, nada escapa da fina ironia do autor.

Traçando Roma

Título do Livro: Traçando Roma
Autor: Luiz Fernando Verissimo
Data da Leitura: Outubro/2004
Resenha:
Traçando Roma revela visões diversas. Visita lugares conhecidos e outros nem tanto. Mas, sobretudo, é um mergulho no cotidiano de uma cidade rica em contrates e de um povo interessantíssimo, resultando num verdadeiro mapa cultural da capital  italiana. Reúne duas leituras diversas da capital Italiana. Os textos de Luiz Fernando  Veríssimo e os desenhos de Joaquim da Fonseca compõem um mapa cultura da cidade, retratando a sua diversidade e a riqueza de seu cotidiano.

Viver para Contar

Título do Livro: Viver para Contar
Autor: Gabriel Garcia Marquez
Data da Leitura: Dezembro/2003
Resenha:
Síntese e recriação de um tempo crucial da vida de Gabriel García Márquez . Neste apaixonadamente relato, o Prêmio Novel colombiano oferece a memória de seus anos de infância e juventude, aqueles em que se funda o imaginário de suas narrativa e romances, clássicos do século XX em língua espanhola. Estamos diante do romance de uma vida, no qual Gabriel Garcia vai revelando ecos de personagens e histórias que têm povoado obras como "Cem anos e Solidão", O amo nos tempos do cólera. Viver para contar é um guia par toda sua obra, imprescindível para iluminar passagens inesquecíveis que após a leitura dessas memórias adquirem uma nova perspectiva.

O Leitor

Título do Livro: O Leitor
Autor: Bernhard Schlink
Data da Leitura: Outubro/2003
Resenha:
É a história de um jovem alemão que com 15 anos se apaixona por uma mulher vinte anos mais velha que ele. Esta mulher sempre muito misteriosa, o cativa e ele inexperiente também se apaixona por ela. Hanna sempre gostava que Michael lesse em voz alta os romances, dizia que ele tinha uma voz bonita. Um tempo depois, Hanna some de sua vida e Michael fica desolado, mas ao mesmo tempo livre para amar outras pessoas de sua idade, o que realmente não aconteceu, pois  não conseguia esquecê-la. Michael estudava direito e um dia depois de muito tempo reviu sua Hanna sentada em uma cadeira de ré no tribunal.  Ela estava sendo julgada por ter sido guarda em algum campo de concentração. Ele acompanhou todo o processo e ela foi condenada, a prisão perpetua. Ele descobriu que ela não sabia ler e que por isso pedia que ele lesse para ela. Michael casou-se teve uma filha e logo se separou de sua mulher ficando só. Depois de oito anos de presa, Michael começou a lhe enviar fitas onde estava gravado a leitura de livros após o oitavo ano de sua prisão. E ela aprendeu a ler ouvindo as fitas e acompanhando nos livros.  Durante todo este tempo ela sempre lhe escrevia pequenos bilhetes a cerca das fitas e ele ficou assim sabendo que ela aprendera a ler. No décimo oitavo ano quando já tinha recebido a condicional ele a visitou pela primeira vez. A diretora do presídio lhe havia pedido que arranjasse emprego e moradia e fosse lá visitá-la. Quando uma semana depois ele voltou para buscá-la, ela tinha se suicidado um dia antes. Michael não se identificava com nenhuma área do direito em sim, como: juiz, advogado de defesa, promotor etc. Assim seguiu o ramo da história do direito, que era o que ele se dedicava. Pesquisando.

O Reencontro

Título do Livro: O Reencontro
Autor: Fred Uhlman
Data da Leitura: Outubro/2003
Resenha:
É a história de uma devoção intensa e inocente entre dois jovens amigos que crescem juntos no interior da Alemanha e são separados pela ascensão do nazismo. Para a família de Hans, judeu, a perseguição é temporária, passará como uma doença. Na cômoda da mãe de Konradin seu aristocrático amigo alemão, o retrato de Hitler tem lugar de destaque. Àquela altura da vida, para eles o Holocausto era impensável. Com o holocausto Konradin é obrigado a sair da Alemanha e vai para os Estados Unidos. Lá se formou em advocacia. Depois de anos recebe uma carta da escola onde estudava na Alemanha solicitando a sua ajuda para construção de um memorial de guerra pelos jovens que tombaram durante a Segunda Guerra. Lá estava o nome de seu melhor amigo, acusado de conspirar para matar Hitler.

Budapeste

Título do Livro: Budapeste
Autor: Chico Buarque
Data da Leitura: Setembro/2003
Resenha:
O livro conta a história de José Costa um Brasileiro formado em letras que junto com um amigo montou um escritório que fazia trabalhos escritos para quem precisasse, Teses, dissertações etc. Um dia o José Costa acabou dando em Budapeste graças a um pouso imprevisto, quando voava de Istambul a Frankfurt. Lá ele acabou ficando uns meses e aprendeu a falar Húngaro. Como era casado, depois de um tempo voltou para o Brasil. Sua esposa era Jornalista. Mas não ligava a mínima para ele. No escritório acabou escrevendo um livro que lhe fora encomendado. O livro fez o maior sucesso, mas não levava o seu nome. Claro! Assim depois de algum tempo resolveu voltar para Budapest. Lá chegando foi para casa da mulher com quem ele tinha tido um relacionamento quando ali esteve pela primeira vez. Só que desta vez Kriska não queria nada com ele. Deixou-o apenas ficar como seu inquilino e arranjou um emprego para que pudesse pagar o aluguel. Ele acabou aperfeiçoando na língua húngara e acabou escrevendo outro livro para outro autor. Só que desta vez em húngaro. O livro também fez o maior sucesso. Nesta altura morando na mesma casa que Kriska, os dois já estavam juntos novamente. Só que na estréia eles brigaram e ele resolveu ir para um hotel. José Costa fazia parte de um grupo de Autores Anônimos. Chegando ao Hotel soube que o Grupo estava se reunindo lá. Então foi para reunião. Lá desabafou dizendo que o livro que estava fazendo sucesso em Budapeste era de sua autoria. Um colega seu de serviço  também estava lá e ele nem sabia que ele também era Autor Anônimo, e viu como o colega estava invejoso do José Costa. Passado alguns dias a polícia foi ao hotel e disse que ele estava ilegal em Budapeste e deveria voltar ao Brasil. Tinha sido seu colega invejoso que o tinha denunciado. Chegando ao Brasil sua mulher não lhe deu muita bola então ele foi para um hotel. Passado alguns meses ele recebeu uma comunicação dizendo que deveria voltar a Budapeste, pois estavam a sua procura para lhe dar um prêmio. Então José Costa achou  que finalmente tinham descoberto que o livro em Budapeste tinha sido escrito por ele. Chegando  lá ele estava sendo homenageado por ter escrito um livro. Só que ele não tinha escrito nada. O livro tinha sido escrito pelo seu colega, em Budapeste,que fazia parte do Grupo de  Autores Anônimos.

O Ano da Morte de Ricardo Reis

Título do Livro: O Ano da Morte de Ricardo Reis
Autor: José Saramago
Data da Leitura: Julho/2003
Resenha:
Conta a história de um médico português que morava no Brasil e retornou a Portugal na época em que Fernando Pessoa tinha morrido. Fernando mesmo depois de morto conversava com o médico Ricardo Reis que logo que chegou morava em um hotel. Lá ele se apaixonou pela camareira e a engravidou. Mais tarde Ricardo alugou uma casa e saiu do Hotel. A camareira ia sempre à sua casa para limpar e aproveitavam para transarem. Ele também se apaixonou por uma hospede que morava em Coimbra. Só que ela não quis ficar com ele. Depois de nove meses Fernando Pessoa lhe disse que não podia mais vir conversar com ele e então Ricardo resolveu ir com ele, para a morte.

terça-feira, 23 de abril de 2019

Papoulas Vermelhas

Título do Livro: Papoulas Vermelhas
Autor: Alai Alai
Data da Leitura: Janeiro/2003
Resenha:
Ambicioso, magistralmente contado, com personagens fascinantes, cenários panorâmicos e muita ação, Papoulas Vermelhas desvenda uma região singular durante a pré-ocupação do Tibete, ao mesmo tento que derruba o mito de uma terra pacifista habitada exclusivamente por monges devotos, É a história da família Maichi: de seu chefe poderoso, da esposa Han e seus dois filhos. A narrativa em primeira pessoa segue as cômicas aventuras do Segundo Jovem Mestre, o filho mais novo, conhecido no povoado como um perfeito idiota. Os pais deste jovem, cujo irmão mais velho está prestes a se casar e assumir o controle das vastas terras da família, não conseguem decidir se seus pronunciamentos soa de um total imbecil ou de um grande sábio.

Orgulho e Preconceito

Título do Livro: Orgulho e Preconceito
Autor: Jane Austen
Data da Leitura: março/2019
Resenha:
Considerada a primeira romancista moderna da literatura inglesa, Jane Austen começou seu segundo romance, "Orgulho e Preconceito", antes dos 21 anos de idade. Assim como em outras obras de Austen, o livro é escrito de forma satírica. "Orgulho e Preconceito", pode ser considerado como especial porque transcende o preconceito causado pelas falsas primeiras impressões e adentra no psicológico, mostrando como o auto-conhecimento pode interferir nos julgamentos errôneos feitos a outras pessoasA autora revela certas e posturas de seus personagens em situações cotidianas que, muitas vezes, causam momentos cômicos aos leitores, dando um caráter mais leve e satírico ao livro. As emoções e sentimentos devem ser decifrados por quem decidir mergulhar na obra de Jane Austen, uma vez que encobertos nas entrelinhas do texto. A escritora inglesa apresenta seu poder de expressar a discriminação de maneira sutil e perspicaz em "Orgulho e Preconceito"; ela é capaz de transmitir mensagens complexas valendo-se de seu estilo a um tempo simples e espirituoso. O principal assunto do livro é contemplado logo na frase inicial, quando a autora menciona que um homem solteiro e possuidor de grande fortuna deve ser o desejo de uma esposa. Com esta citação, Jane Austen faz três referências importantes: a autora declara que o foco da trama será os relacionamentos e os casamentos, dá um tom de humor á obra ao falar de maneira inteligente acerca de um tema comum, e prepara o leitor para uma caçada de um marido em busca da esposa ideal e de uma mulher perseguindo pretendentes.O romance retrata a relação entre Elizabeth Bennet (Lizzy) e Fitzwilliam Darcy na Inglaterra rural do século XVIII. Lizzy possui outras quatro irmãs, nenhuma delas casadas, o que a Sra. Bennet, mãe de Lizzy, considera um absurdo. Quando o Sr. Bingley, jovem bem sucedido, aluga uma mansão próxima da casa dos Bennet, a Sra. Bennet vê nele um possível marido para uma de suas filhas. Enquanto o Sr. Bingley é visto com bons olhos por todos, o Sr. Darcy, por seu jeito frio, é mal falado. Lizzy, em particular, desgosta imensamente dele, por ele ter ferido seu orgulho na primeira vez em que se encontram. A recíproca não é verdadeira. Mesmo com uma má primeira impressão, Darcy realmente se encanta por Lizzy, sem que ela saiba do fato. A partir daí o livro mostra a evolução do relacionamento entre eles e os que os rodeiam, mostrando também, desse modo, a sociedade do final do século XVIII.Considerado a obra prima de Jane Austen, "Orgulho e Preconceito" ganhou diversas versões para o cinema e televisão, a mais recente em 2005, com interpretações de Keira Knightley e Matthew Macfadyen nos papéis principais.

A Caverna




Título do Livro:
A Caverna
Autor: José Saramago
Data da Leitura: Outubro/2002
Resenha:
A caverna é uma história de gente simples: um oleiro, um guarda, duas mulheres e um cão muito humano. Esses personagens circulam pelo Centro, um prédio de cinqüenta andares onde os moradores usam crachá, são vigiados por câmeras de vídeos e não podem abrir as janelas de casa. Monumento do consumo, o Centro possui um shopping center com lojas, cinemas e teatros, um bingo, um cassino, jardins suspensos, um hospital e até uma muralha da china, tudo asséptico e sufocante, como convém a um símbolo da modernidade. É no Centro que trabalha o guarda Marçal. É para o Centro que seu sogro, o oleiro Cipriano, vendia a louça ordinária de barro que fabricava artesanalmente na aldeota em que vivia - agora, os clientes do Centro preferem pratos e jarros de plástico. Filho e neto de oleiros, sem outros ofícios na vida, Cipriano perde a razão de viver. E a convite do genro, muda-se para o Centro, essa verdadeira gruta onde milhares de pessoas se divertem, comem e trabalham sem verem a luz do sol e lua. Enquanto isso embaixo dos diversos subsolos de estacionamentos e frigoríficos, os funcionários do Centro descobrem uma estranha caverna. Driblando a vigilância, Cipriano consegue entrar lá dentro. O que descobre é aterrador. O oleiro, a filha e o genro retornam à aldeia: são salvos pela lucidez num mundo que se sustenta por sua própria cegueira.

A Casa das Sete Mulheres

Título do Livro: A Casa das Sete Mulheres
Autor: Letícia Wierzchowski
Data da Leitura: Outubro/2002
Resenha:
Conta a história sobre a Guerra dos Farrapos em que o líder do movimento, general Bento Gonçalves da Silva isolou as mulheres de sua família em uma estância afastada das áreas em conflito, com o propósito de protegê-las. A guerra que se esperava curta começou a se prolongar. E a via daquelas sete mulheres confinadas na solidão do pampa começou a se transformar. As mulheres viviam na expectativa das notícias da guerra que demoravam e eram lentas como as estações que se sucediam. A solidão sufoca e enlouquece. As mulheres adoecem de solidão. As mulheres rezam. As mulheres esperam.

Todos os Nomes

Título do Livro: Todos os Nomes
Autor: José Saramago
Data da leitura: Setembro/2001

Resenha:
Todos os nomes, o décimo livro de Saramago, é a história de um modesto escriturário da Conservatória Geral do Registro Civil, o Sr. José, cujo hobby é colecionar recortes de jornal sobre pessoas famosas. Um dia sua curiosidade acabará se concentrando num recorte que o acaso põe diante dele: a mulher focalizada ali não é célebre, mas o escriturário desejará conhecê-la a todo custo. Abandonando seus hábitos de retidão, ele estará disposto a cometer pequenos delitos para alcançar o que deseja: pequenas mentiras que darão à vida uma intensidade desconhecida. Numa espécie de enredo kafkiano às avessas, o pequeno burocrata enrodilha-se na imprecisão das informações que ele mesmo acumula e acaba forçado a ganhar o mundo, a deixar os meandros de seu arquivo monumental, em busca de dados que, em última instância, mantenham alguma fidelidade à vida

quinta-feira, 18 de abril de 2019

Orlando

Título do Livro: Orlando
Autor: Virginia Woolf
Data da leitura: Janeiro/2019
Resenha:
Nascido no seio de uma família de boa posição em plena Inglaterra elisabetana, Orlando acorda com um corpo feminino durante uma viagem à Turquia. Como é dotado de imortalidade, sua trajetória então atravessa mais de três séculos, ultrapassando as fronteiras físicas e emocionais entre os gêneros masculino e feminino. Suas ambiguidades, temores, esperanças, reflexões - tudo é observado com inteligência e sensibilidade nesta narrativa que, publicada originalmente em 1928, permanece como uma das mais fecundas discussões sobre a sexualidade humana. A um só tempo cômico e lírico, Orlando mostra o trajeto do personagem entre embates com armas brancas, acalorados debates filosóficos no século XVIII, a maternidade e até mesmo num volante a bordo de um automóvel. Tudo isso vem costurado pela prosa luminosa de Woolf nesta que é uma das grandes declarações de amor da literatura ocidental. Esta edição inclui introdução e notas de Sandra Gilbert, especialista em estudos de gênero e literatura inglesa, e uma brilhante crônica-ensaio de Paulo Mendes Campos, um dos grandes leitores brasileiros da obra de Virginia Woolf.